quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Chavez quer endurecer a revolução socialista na Venezuela.

Reportagem retirada da Folha para assinates de Flávia Marreiros.

Chávez ignora revés e diz que vai acelerar socialismo 
Presidente venezuelano sinaliza correria na aprovação de leis até janeiro

Forças não chavistas obtiveram 67 cadeiras contra 98 do governo na eleição ao Parlamento, no último domingo

David Fernandez/Efe

Integrantes da MUD em evento para celebrar resultado

FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS

Um dia após ver a oposição impedi-lo de ter maioria qualificada no novo Parlamento, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, prometeu acelerar seu projeto socialista.
Aliados começaram a sugerir que podem aprovar uma "lei habilitante" -a prerrogativa de o presidente legislar por decreto-, no período entre agora e a posse da nova Assembleia Legislativa, em janeiro próximo.
O presidente também desafiou opositores a convocar um referendo revogatório de seu mandato.
"Por que vão esperar dois anos para tirar Chávez de Miraflores?", ironizou.
Chávez respondia assim aos resultados das eleições legislativas de domingo, quando as forças não chavistas conseguiram 67 cadeiras contra 98 do governo e, juntas, dizem ter superado os votos de seu PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela).
A Mesa de Unidade (MUD), a coalizão diversa da oposição que o enfrentou, rebateu pedindo que Chávez se concentre em trabalhar.
"[Chávez] está convidando para mais uma confrontação. Para quê? Presidente, se dedique a trabalhar, para que os barracos não caiam mais", lançou Antonio Ledezma, prefeito do distrito metropolitano de Caracas, em alusão às fortes chuvas da capital.
Chávez se desdobrava ontem para comemorar a maioria simples do PSUV, encurralado por seu próprio discurso antes da votação. Na campanha, ele prometeu "demolir" a oposição e afirmou que os 2/3 de deputados no Parlamento eram essenciais para renovar a "hegemonia" da "revolução".
"O que conseguimos foi a consolidação da hegemonia revolucionária", afirmou agora. Negou, porém, que a eleição sirva como medida de seu prestígio eleitoral, apesar de ter repetido várias vezes que elas "cheiravam" às presidenciais de 2012.
Sem a maioria qualificada, o governo fica impossibilitado de aprovar ou modificar leis orgânicas, que regem temas de amplo alcance.
Questionado sobre o obstáculo, não cedeu. "Aprovo não orgânica e pronto."
Chávez lembrou, porém, que a nova Assembleia assume em janeiro. Até lá, os chavistas poderão aprovar leis em pauta, como a das comunas -que muda o desenho político-administrativo e deve concentrar poder na Presidência- ou a trabalhista.
Chávez dedicou grande parte de uma entrevista anteontem para acusar a imprensa de mentir. Irritou-se com uma jornalista da Radio France Internacional que o questionou sobre a diferença de votos com a oposição.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2909201001.htm

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