domingo, 16 de outubro de 2011

A austeridade

Desempregados, estudantes e aposentados se uniram em uma série de protestos contra o “capitalismo, a corrupção e as políticas de austeridade que foram adotadas com o agravamento da crise nos países industrializados.” Para quem ainda não conhece o termo, austeridade é uma política de controle de gastos adotada quando o nível do déficit público chega ao um ponto tão crítico que é necessário pôr em funcionamento o corte de despesas. Equilibrar o déficit econômico evita, entre outras coisas, a falência de um país que fica, assim, impossibilitado de cumprir os compromissos econômicos contraídos com os grandes banqueiros. Esse país acaba ficando com uma má reputação nos mercados capitais e, portanto, não conseguirá obter novos empréstimos. A situação só irá piorar dessa maneira.
Então, o que o Estado faz? Ele decreta o aumento de impostos, congela os salários dos funcionários públicos, restringe os investimentos, entre outros. De acordo com o professor de Direito Público e Econômico Internacional da Universidade de Jena Christoph Onler, "historicamente, diversos Estados declararam bancarrota. Há pouco, por exemplo, a Ucrânia e a Argentina caíram em inadimplência. Contudo, a diferença decisiva em relação à insolvência privada é que, via de regra, o Estado não sucumbe, ficando simplesmente incapacitado de cumprir suas obrigações financeiras. Se a convalescência econômica o permitir, os pagamentos são retomados após alguns anos e o país se esforça para se realinhar nos mercados internacionais de capital."
A adoção de políticas de austeridade tem gerado uma grande agitação social e política. Além de violentas manifestações nas ruas das grandes cidades, podemos ver jornadas de greves nacionais que paralizam setores fundamentais para o funcionamento das grandes cidades. As paralizações e manifestações crescem, a indignação, o medo e a insegurança crescem, o exército revoltoso de desempregados cresce. Esse exército inflama contra o Estado que pode cada vez menos apoiá-lo através dos subsídios. E lá vai o mar de desfavorecidos pras ruas protestar contra os cortes sociais. Eis um ciclo perigoso cujo resultado será mudanças de grandes proporções para a economia e política global.

Fonte: O Globo

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